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Mercado de Trabalho

Autismo no Mercado de Trabalho

O autismo no mercado de trabalho é um tema importante que envolve direitos, inclusão e oportunidades para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A legislação brasileira garante o acesso ao trabalho para pessoas com deficiência, incluindo o autismo, através da Lei de Cotas. No entanto, a inclusão efetiva no mercado de trabalho exige conscientização, adaptações no ambiente e políticas de apoio. 
Direitos e Legislação:
A Lei nº 12.764, que estabelece a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, garante o direito ao trabalho. 
A Lei de Cotas (Lei nº 8.213/91) determina a participação mínima de pessoas com deficiência em empresas, incluindo o TEA. 
Pessoas com autismo têm direito a registro em carteira, férias, INSS, FGTS, horas extras e licença maternidade/paternidade. 
Desafios e Barreiras:
Muitas empresas ainda possuem receio em contratar pessoas com autismo, devido a dificuldades de adaptação e sociais. 
A falta de conscientização sobre as potencialidades e necessidades das pessoas com TEA dificulta a inclusão. 
O processo de diagnóstico formal pode ser complexo e custoso, o que pode ser um obstáculo para a contratação. 
Algumas empresas exigem o diagnóstico formal para a contratação, o que pode ser um problema. 
O despreparo de algumas empresas e gestores para lidar com as características específicas de pessoas com autismo é um desafio. 
Oportunidades e Potencialidades:
Pessoas com autismo podem apresentar habilidades em áreas como atenção a detalhes, raciocínio lógico, memória e foco em tarefas repetitivas. 
Profissões que envolvem tecnologia, design, programação, análise de dados e atividades que exigem precisão podem ser adequadas para pessoas com TEA. 
A inclusão no mercado de trabalho pode trazer benefícios para as empresas, como equipes mais diversas, criativas e produtivas. 
Inclusão e Boas Práticas:
É fundamental que as empresas ofereçam ambientes de trabalho acessíveis e adaptados. 
É importante que as empresas ofereçam suporte e treinamento para que as pessoas com autismo se desenvolvam profissionalmente. 
A conscientização sobre o autismo e a promoção de uma cultura inclusiva são essenciais. 
O RH deve ter um olhar atento à diversidade e incluir pessoas com autismo nos processos de recrutamento e seleção. 
A participação em grupos de apoio e a busca por profissionais especializados podem ajudar as pessoas com autismo a se desenvolverem no trabalho. 
Recursos e Apoio:
Existem grupos de apoio e plataformas online que oferecem informações e suporte para pessoas com autismo e suas famílias. 
A busca por profissionais especializados em autismo pode auxiliar no desenvolvimento de habilidades e na adaptação ao ambiente de trabalho. 
Em suma, a inclusão de pessoas com autismo no mercado de trabalho é um processo que envolve direitos, desafios e oportunidades. A conscientização, adaptações no ambiente de trabalho e políticas de apoio são essenciais para garantir que as pessoas com TEA possam desenvolver suas habilidades e contribuir de forma significativa para a sociedade. 

Autismo no mercado de trabalho: incluir é preciso 

O mercado de trabalho passou por uma série de transformações. Hoje é mais tecnológico, automatizado. Modernizou-se também no que diz respeito às relações. Empresas e marcas já perceberam que é preciso se humanizar, ser mais sustentável e respeitar a diversidade – não só na teoria, como na prática. E, isso, claro, envolve fortalecer a inclusão no dia a dia do trabalho.

Entre os públicos que merecem atenção estão as pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Hoje, uma pessoa com autismo se formar, se qualificar e atuar no mercado de trabalho é uma realidade que, aos poucos, vem se firmando no Brasil. 


                           Crédito: iStock Photo

O que muitos podem não saber, é que existe até uma lei que trata da questão. 

Lei 12.764

Desde 2012, o Brasil conta com a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista que prevê, entre outros pontos, o direito e o estímulo à inserção da pessoa com TEA no mercado de trabalho.

A Lei Berenice Piana, como é conhecida a Lei 12.764,  institui os direitos das pessoas com autismo em esferas como saúde, educação e trabalho, tais como:

Acesso à educação;
Acesso ao ensino profissionalizante;
Acesso ao mercado de trabalho;
Acesso à previdência e assistência social, entre outros pontos.
Emprego apoiado

O Emprego Apoiado (EA) é uma metodologia que surgiu nos Estados Unidos, nos anos 1970, e defende que toda pessoa pode trabalhar, desde que lhe sejam oferecidos os apoios de que precisa. Ainda pouco conhecida no Brasil, ela sugere pensarmos a inclusão de uma ponta a outra. 

Afinal, a  legislação contribui muito, mas sozinha não basta. É preciso mudar o paradigma, mudar a mentalidade da sociedade. É preciso ir além: não só contratar esses profissionais, como também incluí-los. E isso, claro, pode envolver adaptações para que o ambiente seja amigável à pessoa com TEA.

Vale abordar o tema com os colaboradores, dando voz e vez a quem realmente vive essa realidade e conhece sobre essa condição. A disseminação de conhecimento é fundamental para o relacionamento na empresa e, também, fora dela. Incentivar o respeito e manter um canal aberto de comunicação é muito importante. Afinal, respeitar as características do colaborador com autismo é essencial para que haja uma verdadeira inclusão. 

Precisamos dizer que é comum que pessoas com TEA tenham várias habilidades que podem agregar muito em ambientes profissionais. Aqui, algumas delas: 

lidar com questões lógicas e matemáticas
facilidade para serviços visuais
disposição às atividades repetitivas e metódicas, com rotina diária
facilidade com atividades que envolvam regras, padrões e conceitos bem definidos
Vale lembrar que cada indivíduo é único, assim como são únicas suas aptidões e preferências.

O mercado de trabalho do futuro precisa ser mais humano e refletir as demandas da sociedade. E ele precisa começar hoje, no presente. 

Faça sua parte!