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O que é Autismo

Sinais do Autismo – Conheça 14 sinais que são comuns em crianças com autismo

É muito importante que os sinais do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) – sinais do autismo – sejam identificados logo no início. Uma vez que, um erro bastante comum é acreditar que o diagnóstico pode ocorrer apenas quando a criança está com três anos ou mais.

Hoje já sabemos que há casos de autismo que já podem ser identificados antes dos 18 meses de vida ou até mesmo antes. Quanto mais cedo buscar o diagnóstico e começar as intervenções e estimulações precoces melhor será para o desenvolvimento da criança.

Antes de tudo, é importante saber que a intervenção precoce é fundamental para que a criança consiga desenvolver as habilidades cognitivas, sociais e de linguagem. Dessa forma, a criança terá mais qualidade de vida, independência e autonomia.

Nesse sentido, vale destacar que, apesar dos sinais do autismo, aqui descritos, o diagnóstico do TEA é clínico, baseado em evidências científicas, de acordo com os critérios estabelecidos pelo DSM–V (Manual de Diagnóstico e Estatístico da Sociedade Norte-Americana de Psiquiatria) e pelo CID-11 (Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde – OMS). Sendo assim, não existe um exame específico que identifique o autismo.

Os sinais de autismo são muito amplos e voltados a comunicação social, reciprocidade social e comportamentos restritos e repetitivos.

Assim sendo, a seguir, veja 14 sinais que são muito comuns em crianças com autismo. Veja bem, são comuns, não significa que todas as crianças apresentarão todos esses sinais.

Quais são os sinais que são comuns em crianças com autismo?
Os 14 sinais que são comuns em crianças com autismo são:

Dificuldade de contato visual
Dificuldade de interação
Não imitam
Não atendem quando são chamadas
Podem não realizar o sorriso social
Não compartilham atenção
Não buscam atenção
Dificuldade de transições
Dificuldade de controle motor
Atraso na fala
Movimentos estereotipados ou atípicos
Não usam a comunicação não verbal
Comportamentos sensoriais atípicos
Apego a objetos
1. Dificuldade de contato visual
A criança não olha quando é chamada pelo nome ou não sustenta o olhar. A criança pode ter  dificuldade em responder por conta de uma sensação de desconforto quando expostas a muitos estímulos sociais.

Muitos não conseguem se concentrar na fala e nos olhos das pessoas ao mesmo tempo. E também não entendem que o olhar fornece informações em uma interação.

É importante que seja realizado, sobretudo, um rastreamento visual. A criança precisa olhar para o objeto mesmo quando ele é deslocado ou se ela vai se perder.

Costumam olhar para objetos e não no olho quando os adultos conversam com ela.

2. Dificuldade de interação
Muitas crianças e adultos autistas apresentam dificuldades na interação social e precisam de ajuda para aprender a agir em diferentes tipos de situações sociais.

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É comum que o autista tenha dificuldade de entender outras pessoas, como expressões faciais ou linguagem corporal. Ademais, não gostam tanto de contato físico e afetivo.

Também não gostam de compartilhar objetos e preferem brincar sozinhos, portanto, sentem mais dificuldade de fazer amigos.

A criança autista não responde a sorrisos e mudanças de expressão facial.

3. Não imitam
Os bebês começam a imitar atitudes e comportamentos simples por volta dos seis a oito meses de vida.

A criança neurotípica tem a capacidade de  copiar as ações de adultos e colegas. Crianças que estão no espectro costumam ter grande dificuldade em imitar. Isso pode comprometer o seu desenvolvimento.

Com um ano de idade eles já imitam movimentos simples como bater palmas, mostrar a língua de volta e repetir movimentos. A criança também tem a habilidade de repetir as vocalizações do adulto.

4. Não atendem quando são chamadas
A criança com autismo normalmente não responde quando é chamado pelo nome. A princípio, o bebê neurotípico (não autista) reage ao ser chamado. Além de responder a estímulos. Isso normalmente não acontece com crianças com autismo.

É como se não estivessem ouvindo e não interajam com os pais e familiares.  Podem também fixar o olhar em algum objeto incomum.

5. Podem não realizar o sorriso social
A criança muitas vezes não responde ao sorriso dos pais e nem sorri de volta em resposta.

6. Não compartilham atenção
A atenção compartilhada acontece quando duas pessoas focam em um mesmo objeto ou dão atenção para uma mesma conversa, por exemplo. Essa atenção pode ocorrer por meio do olhar, gestos ou quando alguém aponta ou indica algo, além de palavras.

7. Não buscam atenção
A criança com autismo normalmente não busca atenção dos adultos e prefere brincar sozinha. Podem, eventualmente, não partilhar o prazer e o sorriso.

8. Dificuldade de transições
Os autistas têm dificuldade de mudar de atividades. A criança neurotípica, entretanto, encerra uma atividade e começa outra sem dificuldade ou choros.

9. Dificuldade de controle motor
Muitas crianças com autismo apresentam dificuldades na coordenação motora. Apresentam dificuldade de olhar e direcionar para a ação ou realizar brincadeiras simples que exijam, eventualmente, a coordenação como pegar objetos.

10. Atraso na fala
A criança acima de dois anos que não fala palavras ou frases deve receber maior atenção. Alguns autistas apresentam problemas de fala ou atraso de linguagem.

A criança que está demorando muito para balbuciar ou falar as primeiras palavras deve, certamente, ser acompanhada por um pediatra.

11. Movimentos estereotipados ou atípicos
Quando falamos em sinais do autismo, não podemos deixar de abordar as estereotipias.

A princípio, os autistas podem realizar movimentos, comportamentos e/ou atividades desencadeadas de maneira involuntária e repetitiva.

Dessa forma, podem chacoalhar as mãos, balançar-se para frente e para trás, correr de um lado para outro, pular ou girar sem motivos aparentes. Os movimentos podem se intensificar em momentos de felicidade, tristeza ou ansiedade.

Além das estereotipias motoras também podemos destacar as ecolalias que são estereotipias da fala.

Saiba mais em: Entendendo a ecolalia no autismo

12. Não usam a comunicação não verbal
A criança, geralmente, não usa as mãos para indicar algo que quer. Algumas pessoas com autismo não verbal desenvolvem a capacidade de usar algumas palavras de maneira significativa, mas são incapazes de continuar qualquer tipo de conversa.

Nesses casos, podem se comunicar por meio da linguagem escrita, por gestos, cartões ou por meio da tecnologia com aplicativos ou eletrônicos.

13. Comportamentos sensoriais atípicos
Autistas podem ter uma sensibilidade maior aos estímulos do ambiente ou ainda uma sensibilidade muito menor.

Quando há hipersensibilidade, a pessoa percebe os estímulos do ambiente com mais facilidade. Já quem tem hipossensibilidade, por outro lado, precisa de bastante excitação ou esforço para sentir o estímulo.

É muito comum pessoas com autismo apresentarem essas questões sensoriais e se sentirem incomodadas com sons, luzes, texturas, movimentos, toques e sabores. E isso pode levar a crises.

14. Apego a objetos
Crianças com autismo, muitas vezes, tendem a brincar da mesma forma ou com o mesmo objeto.

Há uma fixação por determinados objetos, quando estamos analisando os sinais do autismo, de tal forma que a criança passe o dia apenas com aquele brinquedo. Crianças neurotípicas tendem a mudar de interesse e buscar novos objetos.

Referências

https://autismsciencefoundation.org/what-is-autism/autism-diagnosis/

https://www.autismspeaks.org/signs-autism

O autismo no mercado de trabalho é um tema cada vez mais relevante, pois o reconhecimento da neurodiversidade e da inclusão está crescendo nas empresas e na sociedade em geral. No entanto, ainda existem muitos desafios e oportunidades nesse cenário. Abaixo, faço um panorama geral dividido em desafios, oportunidades, benefícios e boas práticas:


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🔍 Desafios

1. Preconceito e falta de informação
Muitas empresas ainda têm estigmas ou desconhecem o que é o Transtorno do Espectro Autista (TEA), o que leva à exclusão ou subaproveitamento desses profissionais.


2. Ambientes de trabalho inadequados
Ruídos, luzes fortes, pressão social e rotinas imprevisíveis podem ser especialmente difíceis para pessoas autistas.


3. Processos seletivos pouco inclusivos
Entrevistas tradicionais muitas vezes avaliam mais habilidades sociais do que competências técnicas, o que desfavorece candidatos neurodivergentes.


4. Falta de apoio e adaptação
Ausência de treinamentos para líderes e colegas, além da falta de ajustes razoáveis no ambiente de trabalho, dificulta a inclusão real.

🌱 Oportunidades

1. Aproveitamento de habilidades únicas
Muitas pessoas autistas têm habilidades excepcionais, como atenção aos detalhes, memória avançada, pensamento lógico, e hiperfoco.

2. Cargos técnicos e analíticos
Áreas como tecnologia, engenharia, design gráfico, análise de dados e pesquisa científica podem se beneficiar muito dessas competências.

3. Empresas inclusivas se destacam
Marcas que investem em diversidade e inclusão ganham reputação positiva, atraem talentos e consumidores engajados.

✅ Benefícios para empresas

Aumento da produtividade em tarefas estruturadas e repetitivas.

Redução de turnover (quando há ambiente de apoio).

Inovação e melhoria no clima organizacional, com a valorização da diversidade.

Cumprimento da Lei de Cotas (no Brasil, empresas com mais de 100 funcionários devem reservar uma porcentagem de vagas para pessoas com deficiência, incluindo autistas).

💡 Boas práticas para inclusão

1. Adaptação do processo seletivo

Entrevistas mais objetivas

Uso de testes práticos

Comunicação clara e sem ambiguidades

2. Ajustes no ambiente

Espaços silenciosos

Flexibilidade de horários

Clareza na rotina e nas tarefas

3. Treinamento da equipe

Sensibilização sobre neurodiversidade

Desenvolvimento de empatia e respeito às diferenças

4. Mentoria e acompanhamento

Designar um colega de apoio

Acompanhamento frequente para avaliar progresso e bem-estar

📚 Exemplos de iniciativas

Microsoft, SAP e IBM têm programas específicos para inclusão de autistas.

Empresas brasileiras como a Specialisterne, Grupo Boticário e Natura também desenvolvem ações voltadas à neurodiversidade.